quinta-feira, outubro 31, 2002

31 DE OUTUBRO...dia das bruxas.

Samhain:

Representa o final do ano, mas muitos povos antigos não comemoravam o início de um novo ano até o próximo Yule, considerando esse período entre os dois sabás como sendo um tempo fora do tempo, um período de suspensão da vida, repleto de magia e de perigos. A relação com os perigos do inverno, com o recolhimento exigido nos países de clima frio nessa estação, com a duração das longas noites invernais, é patente. O próprio nome gaélico significa, literalmente, “fim do verão”, evocando o final dos dias de calor. O momento de maior fartura relativa, em todo o ano, marcava igualmente o momento de maior comedimento, já que os estoques deveriam durar até a próxima primavera.

Nesta noite considerava-se que o véu entre os mundos estaria em seu momento mais tênue, possibilitando a comunicação com os antepassados. Lanternas eram acesas e colocadas nas janelas, para guiar os que já partiram até suas antigas casas. As mesas eram postas com lugares extras para os antepassados, comida era ofertada. A própria celebração do sabá tem a característica de ser um misto de pesar pela morte e alegria pelo renascimento vindouro – refletindo o que seria o momento da morte do Deus solar e do auto-exílio da Deusa no submundo, aguardando o seu retorno.

Essa dualidade do Samhain nos fala justamente do tema central da Roda do Ano, da revelação do mais profundo dos mistérios. O momento da morte do Deus é o momento do.conhecimento que ele gera a si mesmo, pois é ele a criança que gesta no útero da Deusa e nascerá no Yule. O simbolismo da perpetuação da vida, da cadeia circular que se auto-sustenta, da natureza que é inextinguível pois está continuamente gerando a si própria, se expressa aqui tanto no plano divino quanto no plano humano. Somos eternos pois aqueles que partiram continuam vivos em sua descendência, e poder-se-ia dizer que o encontro com nossos antepassados é o próprio encontro com nossos filhos.

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